Cien años de luz y conservación cultural

O Terreiro Ilê Axé Opó Afonjá, fundado em 1910 por Eugênia Anna dos Santos (Mãe Aninha), comemorou um século de existência sediando encontro com secretários da educação dos municípios baianos no dia 26 de agosto no próprio Terreiro, no bairro de São Gonçalo, em Salvador. Promovido com a parceria da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, o encontro Ófin no Olope (Lei em Ação) trouxe na pauta o debate sobre a implantação da Lei nº 10.6392003, que inclui História e Cultura Afro-Brasileira como ensino obrigatório no currículo oficial das redes de educação do Brasil.

Na oportunidade, aconteceu o lançamento do livro didático Epé Laiyé – Terra Viva, de autoria de Maria Stella de Azevedo Santos, conhecida nacionalmente como Mãe Stella de Oxossi. A Secretaria da Educação do Estado da Bahia já adquiriu cinco mil exemplares do livro. Segundo o superintendente de Desenvolvimento da Educação Básica da Secretaria da Educação da Bahia, Nildon Pitombo, “poder contar com instrumentos pedagógicos específicos, construídos com base no resgate e na valorização da cultura ancestral dos negros é muito importante para consolidarmos uma Educação pautada na democracia e no respeito às diferenças”.

O livro Epé Laiyé já vem sendo utilizado na Escola Eugênia Anna dos Santos. Municipalizada em 1998, esta escola funciona há mais de 30 anos dentro do Terreiro Ilê Axé Opó Afonjá e é uma referência nacional na implementação de leis e diretrizes que tratam da Educação para as relações étnico-raciais.

 O conteúdo do livro Epé Laiyé aborda questões sobre meio ambiente de maneira lúdica, trazendo as entidades da religiosidade afro-brasileira como personagens de uma aventura ecológica, para enfatizar a importância da preservação da natureza. De acordo com o parecer da Secretaria da Educação da Bahia, “o livro torna-se um potencial instrumento de apoio pedagógico aos professores das escolas do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, assim como nas escolas municipais quilombolas, pela sua propriedade teórico-cultural e pela qualidade estética apresentada”.

Mãe Stella, uma das mais importantes Iyalorixás da Bahia, atua tanto em sua comunidade como nas entidades representativas da tradição africana. É conhecida por recusar a ideia do Candomblé como uma seita sincrética, afirmando a sua legítima condição de religião no Brasil. Líder respeitada como referência de diálogo intercultural e inter-religioso, ao completar 80 anos de vida em 2005, recebeu o título Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) Em 2009, a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) concedeu-lhe o mesmo título. Mãe Stella ainda é detentora das Comendas Maria Quitéria (Prefeitura de Salvador) e Ordem do Cavaleiro (Governo da Bahia) Também ganhou, em 2008, o Troféu Palmares, do Ministério da Cultura.

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