Segregação e intolerância nas eleições gubernamentais brasileiras

 

Não custa lembrar que em janeiro deste ano, a candidata á presidente do Brasil, Dilma Roussef, mandou a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial adiar o anúncio do Plano Nacional de Proteção à Liberdade Religiosa, para evitar novos atritos com evangélicos e a Igreja Católica em ano eleitoral

Esse plano previa a legalização fundiária dos imóveis ocupados por terreiros de umbanda e candomblé e até o tombamento de casas de culto.

Ele seria lançado no último dia 20 de janeiro, às vésperas do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, mas, na última hora, o governo recuou, “para evitar novos atritos com evangélicos e a Igreja Católica em ano eleitoral”

Segundo o jornal Estado de São Paulo (janeiro/2010), “desde o ano passado, Dilma tem feito esforços para se aproximar de católicos e evangélicos, sendo preciso evitar novos embates que possam criar ruídos de comunicação e prejudicar sua campanha”. Por isso, segundo ainda o jornal, desde o ano passado, a ministra tem feito todos os esforços para se aproximar tanto de católicos quanto de evangélicos e já percorreu várias igrejas.

Diante de uma plateia de praticantes de umbanda e candomblé, que se reuniram no último dia 20 no Ministério da Justiça, plateia esta composta de dirigentes de terreiros vindos de várias partes do Brasil, foi anunciado o adiamento da inclusão da preservação dos terreiros do Plano.

Surpreendente mesmo foi a declaração do coordenador do Plano, Alexandro Reis, responsável pelas Políticas para Comunidades Tradicionais. Segundo ele – no intuito de justificar a exclusão dos terreiros – “a preocupação do governo é que, por motivos eleitorais, o governo precisa pactuar com evangélicos e católicos, por causa das eleições deste ano”

Para o pastor Ronaldo Fonseca, presidente do Conselho Político da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, “o governo não deve gastar dinheiro com tombamento de terreiros”. Não se sabe ainda a opinião desse senhor sobre as centenárias igrejas católicas preservadas por todo o país graças à política de tombamento que existe há décadas. Qual é o significado desse tipo de atitude que espelha o medo de perder votos ao se negar a reconhecer a inquestionável importância dos cultos afrobrasileiros?

A atitude da candidata a presidente Dilma Roussef exige nossa atenção para as eleições deste ano. Que tipo de governo teremos nos próximos 4 anos? Um governo que ignora a existência de milhões de brasileiros adeptos dos cultos afros? Um governo que se alquebra, que fica de quatro diante de católicos e evangélicos? Isso significa continuar entregando mais e mais concessões de rádio e TV às seitas eletrônicas que as utilizam para ofender e vilipendiar umbandistas e candomblecistas? É isso que nos espera?

Temos o direito de saber o que nos aguarda no próximo governo: um tratamento igualitário e justo, ou um tratamento sectário, de isolamento dos umbandistas e candomblecistas. Os seguidores dos cultos afros enfrentaram os senhores de engenho e a Igreja durante a colonização. Enfrentaram a Polícia na primeira metade do século passado. Nos últimos 30 anos, enfrentam os fanáticos das seitas evangélicas. E hoje, surpreendentemente, são vítimas de interesses eleitorais.

Impossível votar na Dilma, que discrimina umbandistas e candomblecistas para ‘agradar’ os evangélicos dentre os quais existem fanáticos que agridem e ofendem diariamente a crença de quase 30 milhões de brasileiros.

1 comentario:

Javier t'Oşun Iyeponda Mirere dijo...

Mi muy estimado Milton t'Xango, hace mucho que no veo novedades en esta tu página y aunque no lo creas era para mi muy interesante e importante seguirlas, deseando que solo se deba a un problema de mi sistema o a un exceso de gratas actividades por tu parte, te pido me comentes si es que debo buscar por otra dirección.

Deseando que estes bien tú, tu señora, hijos y nietos (incluidos también los de la familia de orixa) te saludo con afecto desde lejos.

Fuerte abrazo cordial de,

Javier t'OSun Iyeponda Mirere
S/C de Tenerife