Bate Folha comemora sua história centenária
O lançamento do CD Cantigas de Angola é uma conquista para a comunidade do Bate Folha, fundado no início do século 20 no bairro de Mata Escura, em Salvador (BA), onde existe até hoje, por Bernardino Manoel da Paixão -o Tat'etu Ampumandezu-, e instalado no Rio de Janeiro há 66 anos.
Iniciado no candomblé por Ampumandezu e membro da comunidade do Bate Folha baiano, João Correia de Mello -o Tat'etu Lessengue- ruma para o Rio de Janeiro, na década de 1930 querendo conhecer a cidade, e decide ficar. Mais que isso: em 1938, funda o Bate Folha na cidade, preservando, em pleno subúrbio de Anchieta, a língua quimbundo e os ritos de origem banta.
A baiana Mabeji, sobrinha de Lessengue, chega ao Rio de Janeiro aos dez anos de idade e, aos onze, já é iniciada no Bate Folha. Ela passa a ser a mãe-de-santo do terreiro em sucessão a seu tio, morto em 1970. Após dois anos de luto, é ela quem reabre o Bate Folha para dar continuidade aos trabalhos do terreiro. Hoje, Mabeji é a mais antiga integrante viva do Bate Folha entre as comunidades do Rio e Salvador.
Símbolo da preservação do candomblé banto, o Bate Folha é um espaço de convivência entre as diferentes nações das religiões de matriz africana no Rio de Janeiro, tendo sido freqüentado por figuras religiosas importantes das nações queto e jeje, como Nino d'Ogum, Iyá Davina, Dila de Omolu, Mãe Meninazinha d'Oxum e Tata Fumotinho.
As festas para os nkisi mais tradicionais do Bate Folha se realizam em janeiro, para Lembá (o Oxalá dos quetos), e em junho, para Nkosi(Ogum para os quetos)
Tradições do povo banto encontram refúgio no Bate Folha
As origens da tradição banta mantida pelo Bate Folha, remontam à histórica figura de Bernardino Manoel da Paixão, iniciado no candomblé em 1900 na Bahia, por um legítimo sacerdote muxicongo (nascido no Congo) A conclusão de suas obrigações foi realizada por Maria Neném -a Mam'etu Tuenda Nzambi.
A preservação do quimbundo nos cultos, uma das missões de Mabeji, é, para ela, um dever. Mabeji se lembra do tio, Lessengue, como um "estudioso da língua e da cultura". Os bantos são povos africanos que falam um conjunto de línguas, entre elas o quimbundo, com a mesma raiz. Em geral, chegaram ao Brasil como escravos, vindos de Angola, Congo e Moçambique. A crueldade da escravidão foi destruindo pouco a pouco a cultura banta. Praticamente tudo o que restou nos foi legado pela tradição oral. Muitas palavras comumente utilizadas hoje no Brasil derivam de correspondentes do quimbundo, como quitanda, farofa, tanga, curinga e capanga.
O candomblé da nação angola/congo reverencia os nkisi, que guardam muitas semelhanças com os orixás da tradição queto. Assim, por exemplo, a Iemanjá e o Oxalá da nação queto são similares, respectivamente, à Samba e ao Lembá da nação angola/congo. Cantigas de Angola coroam não só o Bate Folha, mas todas as comunidades de terreiros de angola, como a Goméia, o Tumbensi e o Tumba Junçara, entre outras.
Iniciado no candomblé por Ampumandezu e membro da comunidade do Bate Folha baiano, João Correia de Mello -o Tat'etu Lessengue- ruma para o Rio de Janeiro, na década de 1930 querendo conhecer a cidade, e decide ficar. Mais que isso: em 1938, funda o Bate Folha na cidade, preservando, em pleno subúrbio de Anchieta, a língua quimbundo e os ritos de origem banta.
A baiana Mabeji, sobrinha de Lessengue, chega ao Rio de Janeiro aos dez anos de idade e, aos onze, já é iniciada no Bate Folha. Ela passa a ser a mãe-de-santo do terreiro em sucessão a seu tio, morto em 1970. Após dois anos de luto, é ela quem reabre o Bate Folha para dar continuidade aos trabalhos do terreiro. Hoje, Mabeji é a mais antiga integrante viva do Bate Folha entre as comunidades do Rio e Salvador.
Símbolo da preservação do candomblé banto, o Bate Folha é um espaço de convivência entre as diferentes nações das religiões de matriz africana no Rio de Janeiro, tendo sido freqüentado por figuras religiosas importantes das nações queto e jeje, como Nino d'Ogum, Iyá Davina, Dila de Omolu, Mãe Meninazinha d'Oxum e Tata Fumotinho.
As festas para os nkisi mais tradicionais do Bate Folha se realizam em janeiro, para Lembá (o Oxalá dos quetos), e em junho, para Nkosi(Ogum para os quetos)
Tradições do povo banto encontram refúgio no Bate Folha
As origens da tradição banta mantida pelo Bate Folha, remontam à histórica figura de Bernardino Manoel da Paixão, iniciado no candomblé em 1900 na Bahia, por um legítimo sacerdote muxicongo (nascido no Congo) A conclusão de suas obrigações foi realizada por Maria Neném -a Mam'etu Tuenda Nzambi.
A preservação do quimbundo nos cultos, uma das missões de Mabeji, é, para ela, um dever. Mabeji se lembra do tio, Lessengue, como um "estudioso da língua e da cultura". Os bantos são povos africanos que falam um conjunto de línguas, entre elas o quimbundo, com a mesma raiz. Em geral, chegaram ao Brasil como escravos, vindos de Angola, Congo e Moçambique. A crueldade da escravidão foi destruindo pouco a pouco a cultura banta. Praticamente tudo o que restou nos foi legado pela tradição oral. Muitas palavras comumente utilizadas hoje no Brasil derivam de correspondentes do quimbundo, como quitanda, farofa, tanga, curinga e capanga.
O candomblé da nação angola/congo reverencia os nkisi, que guardam muitas semelhanças com os orixás da tradição queto. Assim, por exemplo, a Iemanjá e o Oxalá da nação queto são similares, respectivamente, à Samba e ao Lembá da nação angola/congo. Cantigas de Angola coroam não só o Bate Folha, mas todas as comunidades de terreiros de angola, como a Goméia, o Tumbensi e o Tumba Junçara, entre outras.
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