¿Cómo podría no hacer un homenaje a mi reina, mi madre todopoderosa, mi fuente de conocimientos, mi segunda esencia, mi adorada Òshun? Madre mía doble, triple -cuerpo, bacía, nación- reina entre las reinas, frescura cálida del agua cristalina, señora de los pájaros que abrevan en su seno...
Pero para no cansar con mi voz, recurro a la de un hermano brasileño para alabarla, acicalarla, pintarla, perfumarla, enjoyarla, saludarla y honrarla como bien merece: pai Nené d'Osumaré.
No bom sentido, Oxum é o "veneno" das palavras, é o comportamento piegas das pessoas, é a forma "medida" e esnobe apresentada principalmente pelo sexo feminino. Oxum é o cochicho, o segredinho, a fofoca. Geralmente está presente quando um grupo de mulheres se reúne, pois se encanta nas conversas, nos risinhos e na alegria. Quando uma pessoa está amando dizemos sempre que ela está na Oxum; e isso é verdadeiro: Oxum é o namoro, a paquera, o carinho. E é também o amor puro, solidificado e sensível, a capacidade de sentir amor. E se amamos algo ou alguém, temos a certeza de que Ela está viva dentro de nós. Embora o mundo de hoje esteja tumultuado demais, ainda existe espaço no coração dos seres humanos para o amor, pois Oxum ainda está entre nós e é quem gera esse sentimento.
Tudo que esteja ligado à sensualidade, à sutileza, ao romantismo, ao charme, ao jeito e a pose tem a regência de Oxum. Ela é o sentimento definitivo, aquele que dura para sempre, pois é a paz no coração. Sua regência mais forte é a fecundação ou melhor dizendo, o processo da fecundação. Na multiplicação da célula-mater que vai gerar a criança, a nova vida no ventre, Exu entrega a Oxum a regência na certeza de que Ela com o poder dos pássaros da noite evitará um aborto. Sua regência com essa nova vida vai desde o cuidar do embrião até os sete ou oito anos de idade da criança, onde então ela entrega para Yemanja Iyá Ori (Mãe das cabeças), que dará, depois de seis meses, a resposta do Orixá zelador da cabeça dessa mesma. É com lealdade, respeito, amor ao próximo e com gestos de carinho com crianças e idosos que conseguimos manter a presença de Oxum viva dentro de nós.
Mãe das águas doces, Rainha de Ijexá, das cachoeiras e do ouro, é conhecida também como a divindade africana mais chegada ao feitiço devido a sua ligação com as Iyámi Oxorongá, onde foi com Elas -as bruxas e feiticeiras- que aprendeu a arte da magia. Por isso que seus filhos são tão poderosos nestas artes.
Filha predileta de Oxalá, Oxum é chamada de: "A menina dos olhos de Oxalá", e é chamada também de Iyalodê, título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante "entre todas as mulheres da cidade". Ela carrega consigo um espelho (abebé) símbolo da vaidade dessa Senhora da Beleza e do Encanto. Mas ela encanta também na manha, no denguinho feminino, na vontade de ter algo apenas por ter. Ela é o mimo, a menininha mal acostumada: é a sensualidade do "biquinho" quando quer uma coisa. É o charme, mesmo!
É a cachoeira do rio, que também tem a regência de seu filho. É a queda da água da cascata. Oxum também é água doce, o olho-d'água onde encanta seu filho Logunede. Logunedé é o orixá que vive seis meses na mata por ter adquirido de seu pai Oxóssi a habilidade de caçar e depois, nos seis meses restantes, assume forma feminina e vive nas águas doces como sua mãe Oxum, alimentando-se de peixes. Dotado de grande beleza, elegância e poder de sedução, esse orixá adolescente está associado à fartura na caça e na pesca, e, por extensão, à riqueza e à abundância em todas as esferas da atividade humana. Ele é o príncipe, o único orixá adolescente que herdou a força e a beleza do seu pai Oxossi, rei e caçador, e a riqueza inagotável de sua mãe, a sedutora Oxum.
Lendas de Oxum
Conversa de Orixás...
Obatalá - Espera, Oxum! Não posso interferir no processo de vida e morte, mas tenho -como tu mesma tens- poderes para criar e consagrar símbolos que perpetuem um ser, que o representem em qualquer situação e que possam ser renovados constantemente. Um símbolo vivo de alguém que já morreu! E esse símbolo deverá participar de todos os rituais em nossa honra! E representará com sua presença, não só a presença de seu pupilo, como também de todos aqueles que um dia receberam o sagrado OXU, que estabelece a aliança firmada entre o iniciado e seu Orixá! Um símbolo que possa representar também a Terra onde habitam seus corpos depois de levados por IKU!
As galinhas-d'angola gritaram todas em uníssono.
Oxum providenciou imediatamente uma galinha-d'angola, que naquele tempo era inteiramente preta e Obatalá lá soprou sobre ela pó de efun, pintalgando-a de branco, como hoje ela é. Oxum então modelou com manteiga de ori da Costa, um cone ao qual acrescentou diversos componentes mágicos e fixou-o sobre a cabeça da ave, dando a ela o status de Odoxu (aquele que possui Oxu), o que distingue os iniciados no Culto dos Orixás.
Obatalá sentenciou: a partir desse dia serás representado em todos os rituais por Etu, a galinha-d'angola. Qualquer ritual em que ela não estiver presente, não será por nós validado. Esta ave é a partir de agora o símbolo dos iniciados do qual foste o precursor, e por isso nascerá provida de Oxu e da pintura de efun que é feita em minha honra!
É por isso que, ainda hoje, a galinha d'angola deve estar presente em todas as cerimônias em honra aos Orixás, e uma parte dela compõe o Oxu que é colocado sobre a cabeça do neófito, na hora de sua iniciação. (Igbadu -A Cabaça da Existência)
Oxum é a divindade do rio Òsun, em Ilesá, na África, atravessando a cidade de Òsogbo onde lá existe seu principal culto, através do Atáója (esse o Obá da cidade)
Conta-se que o primeiro Obá de Òsogbo estava às margens do rio Òsun, quando pedia proteção e auxílio para vários problemas, um peixe pulou sobre seu colo e "cuspiu-lhe" água, voltando para o rio novamente. Sobre seu filá ficou depositada tal água que ele bebeu asfixiadamente. Após tal ato, grande parte de seus problemas foram resolvidos e, a partir de então, ele, aos pés de uma árvore criou o primeiro templo de Òsun e transformou-se em "A tewo gba eja", abreviando Atáója, "aquele que aceita o dom do peixe".
Conta-nos uma outra lenda que Oxum queria muito aprender os segredos e mistérios da arte da adivinhação, e para tanto foi procurar Exu para aprender os princípios de tal dom. Exu, muito matreiro, falou a Oxum que lhe ensinaria os segredos da adivinhação, mas para tanto, ficaria ela sob o domínio dele durante sete anos, passando, lavando e arrumando a casa do mesmo, em troca dos seus ensinamentos. E assim foi feito durante sete anos. Oxum foi aprendendo a arte da adivinhação que Exu lhe ensinara, e conseqüentemente cumprindo seu acordo de ajudar nos afazeres domésticos na casa de Exu, que aliás sempre estava cheia de sujeira e desordem. Mas findando os sete anos, Oxum e Exu tinham se apegado bastante pela convivência em comum, e Oxum resolveu ficar em companhia desse orixá.
Num belo dia Xangô, que passava pelas propriedades de Exu, avistou aquela linda donzela que penteava seus lindos cabelos à margem de um rio e de pronto agrado foi declarar sua grande admiração para com ela. Foi-se a tal ponto que Xangô viu-se completamente apaixonado por aquela linda mulher que perguntou-lhe se não gostaria de morar em sua companhia em seu castelo na cidade de Oyó. Oxum rejeitou o convite pois lhe fazia muito bem a companhia de Exu. Xangô, então irado e contradito, seqüestrou Oxum e levou-a em sua companhia, aprisionando-a na masmorra da torre de seu castelo.
Exu, logo de imediato, sentiu a falta de sua companheira e saiu a procurar por todas as regiões, pelos quatro cantos do mundo, sua doce pupila de mais de sete anos de convivência. Chegando nas terras de Xangô, Exu foi surpreendido por um canto triste e melancólico que vinha da direção do palácio do Rei de Oyó, da mais alta torre. Lá estava Oxum, triste e a chorar por sua prisão e permanência na cidade do Rei. Exu, que era bem esperto e matreiro, procurou a ajuda de Orumilá que de pronto agrado lhe cedeu uma poção de transformação para Òsun desvencilhar-se dos domínios de Sàngó. Exu, através da magia, pôde fazer chegar às mãos de sua companheira a tal poção. Tomou de um só gole a poção mágica e transformou-se em uma linda pomba dourada que voou para o céu e pode então retornar em companhia de Exu para sua morada. (Do livro "Lendas Africanas dos Orixás", de Pierre Fatumbi Verger e Carybé - Editora Corrupio.)
Yeyê Oxum era muito bonita, dengosa e vaidosa. Ela gostava de panos vistosos, garrafas de concha de tartaruga e tinha sobretudo uma grande paixão pelas jóias de cobre. Este metal era muito precioso antigamente na terra dos iorubas. ¡Oxum era cliente segura dos comerciantes de cobre! Omi ro won ran omi ro! A água corre fazendo o ruído dos braceletes de Oxum! Oxum lavava e polia suas jóias antes mesmo de lavar suas crianças. Mas tem entretanto a reputação de ser uma boa mãe e atender às súplicas das mulheres que desejam ter filhos. Oxum foi a segunda mulher de Xangô. A primeira chamava-se Oyá Iyamesãn e a terceira, Obá.
No bom sentido, Oxum é o "veneno" das palavras, é o comportamento piegas das pessoas, é a forma "medida" e esnobe apresentada principalmente pelo sexo feminino. Oxum é o cochicho, o segredinho, a fofoca. Geralmente está presente quando um grupo de mulheres se reúne, pois se encanta nas conversas, nos risinhos e na alegria. Quando uma pessoa está amando dizemos sempre que ela está na Oxum; e isso é verdadeiro: Oxum é o namoro, a paquera, o carinho. E é também o amor puro, solidificado e sensível, a capacidade de sentir amor. E se amamos algo ou alguém, temos a certeza de que Ela está viva dentro de nós. Embora o mundo de hoje esteja tumultuado demais, ainda existe espaço no coração dos seres humanos para o amor, pois Oxum ainda está entre nós e é quem gera esse sentimento.
Tudo que esteja ligado à sensualidade, à sutileza, ao romantismo, ao charme, ao jeito e a pose tem a regência de Oxum. Ela é o sentimento definitivo, aquele que dura para sempre, pois é a paz no coração. Sua regência mais forte é a fecundação ou melhor dizendo, o processo da fecundação. Na multiplicação da célula-mater que vai gerar a criança, a nova vida no ventre, Exu entrega a Oxum a regência na certeza de que Ela com o poder dos pássaros da noite evitará um aborto. Sua regência com essa nova vida vai desde o cuidar do embrião até os sete ou oito anos de idade da criança, onde então ela entrega para Yemanja Iyá Ori (Mãe das cabeças), que dará, depois de seis meses, a resposta do Orixá zelador da cabeça dessa mesma. É com lealdade, respeito, amor ao próximo e com gestos de carinho com crianças e idosos que conseguimos manter a presença de Oxum viva dentro de nós.
Mãe das águas doces, Rainha de Ijexá, das cachoeiras e do ouro, é conhecida também como a divindade africana mais chegada ao feitiço devido a sua ligação com as Iyámi Oxorongá, onde foi com Elas -as bruxas e feiticeiras- que aprendeu a arte da magia. Por isso que seus filhos são tão poderosos nestas artes.
Filha predileta de Oxalá, Oxum é chamada de: "A menina dos olhos de Oxalá", e é chamada também de Iyalodê, título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante "entre todas as mulheres da cidade". Ela carrega consigo um espelho (abebé) símbolo da vaidade dessa Senhora da Beleza e do Encanto. Mas ela encanta também na manha, no denguinho feminino, na vontade de ter algo apenas por ter. Ela é o mimo, a menininha mal acostumada: é a sensualidade do "biquinho" quando quer uma coisa. É o charme, mesmo!
É a cachoeira do rio, que também tem a regência de seu filho. É a queda da água da cascata. Oxum também é água doce, o olho-d'água onde encanta seu filho Logunede. Logunedé é o orixá que vive seis meses na mata por ter adquirido de seu pai Oxóssi a habilidade de caçar e depois, nos seis meses restantes, assume forma feminina e vive nas águas doces como sua mãe Oxum, alimentando-se de peixes. Dotado de grande beleza, elegância e poder de sedução, esse orixá adolescente está associado à fartura na caça e na pesca, e, por extensão, à riqueza e à abundância em todas as esferas da atividade humana. Ele é o príncipe, o único orixá adolescente que herdou a força e a beleza do seu pai Oxossi, rei e caçador, e a riqueza inagotável de sua mãe, a sedutora Oxum.
Lendas de Oxum
Conversa de Orixás...
Obatalá - Espera, Oxum! Não posso interferir no processo de vida e morte, mas tenho -como tu mesma tens- poderes para criar e consagrar símbolos que perpetuem um ser, que o representem em qualquer situação e que possam ser renovados constantemente. Um símbolo vivo de alguém que já morreu! E esse símbolo deverá participar de todos os rituais em nossa honra! E representará com sua presença, não só a presença de seu pupilo, como também de todos aqueles que um dia receberam o sagrado OXU, que estabelece a aliança firmada entre o iniciado e seu Orixá! Um símbolo que possa representar também a Terra onde habitam seus corpos depois de levados por IKU!
As galinhas-d'angola gritaram todas em uníssono.
Oxum providenciou imediatamente uma galinha-d'angola, que naquele tempo era inteiramente preta e Obatalá lá soprou sobre ela pó de efun, pintalgando-a de branco, como hoje ela é. Oxum então modelou com manteiga de ori da Costa, um cone ao qual acrescentou diversos componentes mágicos e fixou-o sobre a cabeça da ave, dando a ela o status de Odoxu (aquele que possui Oxu), o que distingue os iniciados no Culto dos Orixás.
Obatalá sentenciou: a partir desse dia serás representado em todos os rituais por Etu, a galinha-d'angola. Qualquer ritual em que ela não estiver presente, não será por nós validado. Esta ave é a partir de agora o símbolo dos iniciados do qual foste o precursor, e por isso nascerá provida de Oxu e da pintura de efun que é feita em minha honra!
É por isso que, ainda hoje, a galinha d'angola deve estar presente em todas as cerimônias em honra aos Orixás, e uma parte dela compõe o Oxu que é colocado sobre a cabeça do neófito, na hora de sua iniciação. (Igbadu -A Cabaça da Existência)
Oxum é a divindade do rio Òsun, em Ilesá, na África, atravessando a cidade de Òsogbo onde lá existe seu principal culto, através do Atáója (esse o Obá da cidade)
Conta-se que o primeiro Obá de Òsogbo estava às margens do rio Òsun, quando pedia proteção e auxílio para vários problemas, um peixe pulou sobre seu colo e "cuspiu-lhe" água, voltando para o rio novamente. Sobre seu filá ficou depositada tal água que ele bebeu asfixiadamente. Após tal ato, grande parte de seus problemas foram resolvidos e, a partir de então, ele, aos pés de uma árvore criou o primeiro templo de Òsun e transformou-se em "A tewo gba eja", abreviando Atáója, "aquele que aceita o dom do peixe".
Conta-nos uma outra lenda que Oxum queria muito aprender os segredos e mistérios da arte da adivinhação, e para tanto foi procurar Exu para aprender os princípios de tal dom. Exu, muito matreiro, falou a Oxum que lhe ensinaria os segredos da adivinhação, mas para tanto, ficaria ela sob o domínio dele durante sete anos, passando, lavando e arrumando a casa do mesmo, em troca dos seus ensinamentos. E assim foi feito durante sete anos. Oxum foi aprendendo a arte da adivinhação que Exu lhe ensinara, e conseqüentemente cumprindo seu acordo de ajudar nos afazeres domésticos na casa de Exu, que aliás sempre estava cheia de sujeira e desordem. Mas findando os sete anos, Oxum e Exu tinham se apegado bastante pela convivência em comum, e Oxum resolveu ficar em companhia desse orixá.
Num belo dia Xangô, que passava pelas propriedades de Exu, avistou aquela linda donzela que penteava seus lindos cabelos à margem de um rio e de pronto agrado foi declarar sua grande admiração para com ela. Foi-se a tal ponto que Xangô viu-se completamente apaixonado por aquela linda mulher que perguntou-lhe se não gostaria de morar em sua companhia em seu castelo na cidade de Oyó. Oxum rejeitou o convite pois lhe fazia muito bem a companhia de Exu. Xangô, então irado e contradito, seqüestrou Oxum e levou-a em sua companhia, aprisionando-a na masmorra da torre de seu castelo.
Exu, logo de imediato, sentiu a falta de sua companheira e saiu a procurar por todas as regiões, pelos quatro cantos do mundo, sua doce pupila de mais de sete anos de convivência. Chegando nas terras de Xangô, Exu foi surpreendido por um canto triste e melancólico que vinha da direção do palácio do Rei de Oyó, da mais alta torre. Lá estava Oxum, triste e a chorar por sua prisão e permanência na cidade do Rei. Exu, que era bem esperto e matreiro, procurou a ajuda de Orumilá que de pronto agrado lhe cedeu uma poção de transformação para Òsun desvencilhar-se dos domínios de Sàngó. Exu, através da magia, pôde fazer chegar às mãos de sua companheira a tal poção. Tomou de um só gole a poção mágica e transformou-se em uma linda pomba dourada que voou para o céu e pode então retornar em companhia de Exu para sua morada. (Do livro "Lendas Africanas dos Orixás", de Pierre Fatumbi Verger e Carybé - Editora Corrupio.)
Yeyê Oxum era muito bonita, dengosa e vaidosa. Ela gostava de panos vistosos, garrafas de concha de tartaruga e tinha sobretudo uma grande paixão pelas jóias de cobre. Este metal era muito precioso antigamente na terra dos iorubas. ¡Oxum era cliente segura dos comerciantes de cobre! Omi ro won ran omi ro! A água corre fazendo o ruído dos braceletes de Oxum! Oxum lavava e polia suas jóias antes mesmo de lavar suas crianças. Mas tem entretanto a reputação de ser uma boa mãe e atender às súplicas das mulheres que desejam ter filhos. Oxum foi a segunda mulher de Xangô. A primeira chamava-se Oyá Iyamesãn e a terceira, Obá.
Oxum tem o humor caprichoso e mutável. Alguns dias, suas águas correm aprazíveis e calmas, elas deslizam com graça, frescas e límpidas entre margens cobertas de brilhante vegetação. Numerosos vãos permitem atravessar de um lado a outro. Outras vezes suas águas, tumultuadas, passam estrondando, cheias de correntezas e torvelinhos, transbordando e inundando campos e florestas. Ninguém poderia atravessar de uma margem à outra, pois ponte nenhuma as ligava. Oxum não toleraria tal ousadia! Quando ela está em fúria, leva para longe e destrói as canoas que tentam atravessar o rio. Olowu -o rei de Owu- seguido de seu exército, ia para a guerra. Por infelicidade, tinha que atravessar o rio num dia em que este estava encolerizado. Olowu fez a Oxum uma promessa solene, entretanto mal formulada. Ele declarou: "Se você baixar o nível de suas águas para que eu possa atravessar e seguir para a guerra, e se eu voltar vencedor, prometo a você nkan rere", isto é, boas, bonitas coisas. Oxum entendeu que ele falava de sua mulher Nkan, filha do rei de Ibadan. Ela baixou o nível das águas e Olowu continuou sua expedição. Quando ele voltou algum tempo depois, vitorioso e com um espólio considerável, novamente encontrou Oxum com o humor perturbado. O rio estava turbulento e com suas águas agitadas. Olowu mandou jogar sobre as vagas toda sorte de boas coisas -as nkan rere prometidas- tecidos, búzios, cabras, galinhas e escravos. Mel de abelhas e pratos de omulukun, iguaria onde suavemente misturam-se cebolas, feijão fradinho, sal e camarões. Mas Oxum devolveu todas estas coisas boas sobre as margens. Era Nkan, a mulher de Olowu, que ela exigia. Olowu foi obrigado a submeter-se e jogar nas águas sua mulher. Nkan estava grávida e a criança nasceu no fundo do rio. Oxum, escrupulosamente, devolveu o recém-nascido dizendo: "É Nkan que me foi solenemente prometida, não a criança. Tome-a!" As águas baixaram e Olowu voltou tristemente para sua terra. O rei de Ibadan, sabendo do fim trágico de sua filha, indignado declarou: "Não foi para que ela servisse de oferenda a um rio que eu a dei em casamento a Olowu!" Ele guerreou com o genro, e o expulsou do país.
O Rio Oxum passa em um lugar onde suas águas são sempre abundantes. Por esta razão é que Larô, o primeiro rei deste lugar, aí se instalou e fez um pacto de aliança com Oxum. Na época em que chegou, uma de suas filhas fora se banhar. O rio a engoliu sob as águas. Ela só saiu no dia seguinte soberbamente vestida, e declarou que Oxum a havia bem acolhido no fundo do rio. Larô, para mostrar sua gratidão, veio trazer-lhe oferendas. E numerosos peixes, mensageiros da divindade, vieram comer em sinal de aceitação os alimentos jogados nas águas. Um grande peixe chegou nadando nas proximidades do lugar onde estava Larô. O peixe cuspiu água, que Larô recolheu numa cabaça e bebeu, fazendo assim um pacto com o rio. Em seguida ele estendeu suas mãos sobre a água e o grande peixe saltou sobre ela. Isto é dito em ioruba: Atewo gba ejá. O que deu origem a Ataojá, título dos reis do lugar. Ataojá declarou então: "Òsun gbo!" "Oxum esta em estado de maturidade para prover, suas águas são abundantes". Dando origem ao nome da cidade de Oxogbô. Todos os anos fazem-se aí grandes festas em comemoração a todos estes acontecimentos.
Yèyè òdò, rora yèyè o!
O Rio Oxum passa em um lugar onde suas águas são sempre abundantes. Por esta razão é que Larô, o primeiro rei deste lugar, aí se instalou e fez um pacto de aliança com Oxum. Na época em que chegou, uma de suas filhas fora se banhar. O rio a engoliu sob as águas. Ela só saiu no dia seguinte soberbamente vestida, e declarou que Oxum a havia bem acolhido no fundo do rio. Larô, para mostrar sua gratidão, veio trazer-lhe oferendas. E numerosos peixes, mensageiros da divindade, vieram comer em sinal de aceitação os alimentos jogados nas águas. Um grande peixe chegou nadando nas proximidades do lugar onde estava Larô. O peixe cuspiu água, que Larô recolheu numa cabaça e bebeu, fazendo assim um pacto com o rio. Em seguida ele estendeu suas mãos sobre a água e o grande peixe saltou sobre ela. Isto é dito em ioruba: Atewo gba ejá. O que deu origem a Ataojá, título dos reis do lugar. Ataojá declarou então: "Òsun gbo!" "Oxum esta em estado de maturidade para prover, suas águas são abundantes". Dando origem ao nome da cidade de Oxogbô. Todos os anos fazem-se aí grandes festas em comemoração a todos estes acontecimentos.
Yèyè òdò, rora yèyè o!
2 comentarios:
Awre meu irmão.
Sou Pai Nenê de Oxumare, fiquei muito contente por gostar e até publicar em seu site, a materia em que eu escrevi sobre Oxum... Meu e-mail pnene@ig.com.br
caso deseje mais textos entre em conatato,abraços e muito axé
Awúre, bàbá Nenê!
Grato pelas carinhosas palavras.
Òséfúnmi
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